Técnicas e produtos de manutenção e recuperação de pisos
O síndico Rodrigo Martins, que vem executando um planejamento de obras formatado em 2014, com base em laudos de inspeção predial, diz que este trabalho “está na fila” - o condomínio realizou “mais de 20 itens em um ano e meio”, como fachada, elétrica e AVCB, entre outros. Com dois blocos de alturas distintas (dez e 19 andares), o Iraúna quer recuperar o granilite “por questão de valorização do prédio”. “Já fiz um teste, o tratamento dá um grande diferencial”, observa o síndico.
Em termos de revestimentos, o gestor já promoveu a recuperação da madeira do salão de festas. Ele resgatou boa parte do tacão, que se encontrava “escuro, com excesso de sujeira, acúmulo de cera e outros, elementos que escondiam o desenho original”. O que não pôde ser recuperado, foi recomposto. “Não se via nada, apenas uma superfície inteiramente escura. Precisava ainda fazer a descupinização, por isso concluímos que não dava para esperar mais.”
COMO TRATAR, EXEMPLO 1: MADEIRA
Segundo o diretor da Câmara de Químicos da Abralimp (Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional), Miguel Sinkunas, para o tratamento cotidiano da madeira, em pisos como taco, tacão ou assoalho, é contraindicado o uso de produtos à base de água - se deve “somente usá-los se houver tratamento prévio que garanta perfeita impermeabilidade”.
“De maneira ultrapassada, antigamente estes pisos eram tratados com ceras à base de petróleo, para sua remoção usava-se palha de aço na enceradeira e, depois de varridos, eles recebiam novamente a cera base de petróleo. Posteriormente eram lustrados com enceradeira e disco branco. Este processo leva principalmente à insegurança, levando a quedas, e também mancham com facilidade e exigem muita mão de obra.”
Miguel prossegue dizendo que “pisos de madeira impermeabilizados de maneira correta e segura permitem a utilização de processos semelhantes aos pisos frios”. Eles possibilitam “o enceramento acrílico impermeabilizante, com manutenções e remoções periódicas, evitando assim o acúmulo de ceras acrílicas”. Nestas, há o “craquelamento da camada de cera, com dificuldade de remoção, obrigando a um lixamento até à base”. “Uma ótima opção de remoção é feita à seco, utilizando-se telas abrasivas aplicadas com uso de enceradeiras.”
COMO TRATAR, EXEMPLO 2: GRANILITE
De acordo com Miguel Sinkunas, o granilite “exige tratamento com película impermeabilizante e manutenção constantes”. Em longo prazo, é o procedimento “mais econômico em áreas com alto tráfego”. “Quando bem cuidado ele permite aparência de novo indefinidamente, seu custo de implantação e manutenção não é tão elevado quanto se imagina.” Caso, entretanto, não receba manutenção correta, o granilite “se degrada muito rapidamente, principalmente quando limpo com produtos impróprios, como cloro e ácidos”. “A rápida degradação se deve à heterogeneidade da composição do piso, pois temos, além do material cimentício agregador, minerais naturais com resistência química muito variada, onde os menos resistentes se desfazem quando atacados, gerando buracos ou falhas no piso.”
Já o profissional da área, Marcio Garcia, resume que os tratamentos oferecidos pelo mercado para este revestimento contemplam:
- Polimento: recuperação da funcionalidade e restauração (recuperação estética);
- Impermeabilização: seladora e ceras acrílicas;
- Manutenção: uso de pano úmido e detergente com PH neutro.
A pedido da Direcional Condomínios, dois diretores da Abralimp, Miguel e Nathalia Tiemi Ueno, da Câmara de Prestadores de Serviços, desenvolveram uma espécie de guia quanto: 1. Ao tratamento de recuperação mais adequado para cada tipo de piso, e a; 2. Produtos mais indicados para a manutenção. No material de ambos, estão incluídos revestimentos como pedras nobres (mármore e granito), ardósia, rochas rústicas e/ou porosas (miracema, granito, pedra goiás e mineira), pedra portuguesa, pedras em caco (tipo pé de moleque), granilite, concreto ou cimento queimado, cerâmicas, porcelanato, madeira e resinas (epóxi e poliuretano).
Matéria publicada na edição - 221 de mar/2017 da Revista Direcional Condomínios