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Edição 37 - Teoria e Prática

A evolução dos produtos e equipamentos dentro de um ambiente cada vez mais sensível: o planeta terra.

Segundo estimativa de inúmeras organizações que estudam os fenômenos demográficos mundiais, em 2005, o Planeta deverá atingir a marca de 6,5 bilhões de habitantes - número bastante expressivo e que traz sérias conseqüências ao nosso meio ambiente. Especialistas afirmam ainda que a Terra é potencialmente capaz de sustentar um número ainda maior de habitantes, algo como o dobro da população atual, mas não com o mesmo nível de consumo de norte-americanos ou europeus, por exemplo.
Por isso, nunca os problemas ambientais estiveram em tamanha evidência, tanto nos olhares de estudiosos sempre preocupados com o futuro, quanto para as empresas que procuram, a cada dia, aprimorar o seu descarte e até mesmo desenvolver formulações menos agressivas de seus produtos.
Saber utilizar o recurso hídrico sem desperdícios é sem dúvida o grande desafio do século XXI. Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 1,2 bilhão de pessoas no mundo não têm água de qualidade para beber. Além disso, em 2025, a perspectiva é de que cerca de 40% da população da Terra tenha problemas com a escassez de água potável.
Com o hábito de utilizar a água de maneira abusiva, o lixo também se insere nesta realidade, uma vez que é visível o aumento do número de resíduos tanto domésticos quanto industriais. "De acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico do IBGE, de 2000, são coletadas 229 mil toneladas diariamente no País, das quais 60% são destinadas de modo inadequado, como aterros municipais sem proteção ou lixões clandestinos", explica o diretor da Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos (Abetre), Diógenes Del Bel.
Diante da atenção destinada aos descartes, é preciso enfatizar ainda mais a ação quando o foco é o produto químico de limpeza. "Estes resíduos contaminam o solo e o lençol freático, além de emitirem gases tóxicos disseminando diversas doenças; por isso eles devem ser descartados com os cuidados requeridos pelas características físico-químicas do produto original", afirma Diógenes.

Conseqüência dos clandestinos

A Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza e Afins (Abipla) detectou - a partir deuma pesquisa feita pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), em 2001 - que há no território brasileiro um grande mercado clandestino de produtos de limpeza, principalmente de água sanitária e desinfetante. Das 555 mil toneladas comercializadas anualmente, 42,1% referem-se às vendas de produtos irregulares. No segmento de desinfetantes, a participação sobre o volume de venda, estimado em 399 mil toneladas, é de 30,6% concernente aos irregulares.
"Estes produtos são basicamente 80% mais baratos devido à utilização de baixos teores de princípios ativos. O grande perigo está no cliente não perceber a diferença e continuar adquirindo sem nenhum cuidado", afirma a diretora Executiva da Abipla, Maria Eugênia Proença Saldanha.
Um dos principais danos que estes produtos podem causar ao meio ambiente advêm do uso de substâncias proibidas nas formulações, ou mesmo de substâncias permitidas, porém em níveis de concentração menores do que o indicado.
Por serem vendidos ilegalmente, eles não são encontrados facilmente no mercado, dificultando o trabalho dos órgãos fiscalizadores. "A mais recente ferramenta no combate aos saneantes clandestinos é a disponibilização, no site da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], dos rótulos digitalizados de saneantes notificados. Desta forma, qualquer pessoa, empresa, ou mesmo agente fiscal pode, a qualquer momento, consultar se determinado produto no mercado está regular", afirma a gerente geral de Saneantes da Agência, Tania Costa Pich Gomes.

Lição de casa

Produtos biodegradáveis são materiais que, ao final de um certo tempo, podem ser decompostos por bactérias, não causando prejuízo ao meio ambiente - ação que nos últimos tempos tem ganhado a atenção de usuários. Isso porque, cada vez mais as empresas se conscientizam da importância de utilizar estas substâncias no desejo de diminuir os agentes nocivos lançados na natureza.
Os produtos químicos, especificamente os de limpeza, se não forem corretamente armazenados podem trazer diversos prejuízos. "A Power Cleaning só trabalha com as matérias-primas biodegradáveis; suas formulações são isentas de espessantes sintéticos e fosfatos (grandes poluidores da fauna e flora). Nossa fábrica possui um sistema de tratamentos de resíduos líquidos e sólidos para antes do descarte no esgoto, não emitindo nenhum gás ou resíduos sólidos perigosos", explica o sócio-diretor, Roberto Carlos Esperandino.
Aliadas às substâncias, as embalagens dos produtos químicos também são poluentes perigosos se não forem constituídas de materiais biodegradáveis. Com o objetivo de criar soluções ecológicas mais eficientes das já existentes, o pesquisador americano Anil Netravali desenvolveu compostos inteiramente biodegradáveis feitos da proteína do grão da soja para a substituição dos plásticos. Segundo o investigador, este composto ecológico usa fibras naturais que, para ganhar resistência, são encaixadas em uma matriz feita de plantas ou resina. A solução, ainda em teste, não está disponível no Brasil, mas promete revolucionar o setor de embalagens.

Soluções inteligentes para a limpeza

Com o objetivo de reduzir o desperdício de água e energia, as empresas compradoras de equipamentos de limpeza visam soluções eficientes e com foco na economia. Analisando os custos/benefícios, estes produtos que necessitam de investimentos iniciais mais avançados proporcionam, no curto prazo, grande rentabilidade. Por isso, o que vemos hoje no mercado são soluções inteligentes, ou seja, equipamentos que apresentam grande potencial aliado a consumos cada vez menores de eletricidade e utilização mínima de água por espaço limpo.
É possível citar os produtos de fechamento automático e os metais sanitários como exemplos desta minimização de custos e recursos; afinal, a estimativa é de que eles são responsáveis por cerca de 77% de economia se comparados aos sistemas tradicionais.
Além disso, os fabricantes ainda apontam a lavadora de pisos de alta pressão como uma segunda opção. A experiência mostra que para lavar uma calçada de 100 metros quadrados, uma pessoa leva, em média, 25 minutos, gastando aproximadamente 1.500 litros de água, caso ela utilize uma mangueira convencional de jardim e um esfregão. A realidade muda de figura quando a escolha fica por conta do equipamento específico de alta pressão, cujo trabalho pode ser realizado em 15 minutos, com o consumo de 112 litros de água e 0,36 kWh de energia.
Assim, com todo este cenário, é fundamental que não somente as empresas, mas também todos os cidadãos se conscientizem, utilizem melhores práticas e se dediquem efetivamente a ações sustentáveis, sempre visando um Planeta mais seguro e politicamente correto ambientalmente.

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