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Edição 40 - Últimas

Pesquisa inédita do Setor

Uma referência de peso na economia brasileira, importante empregador de mão-de-obra e grande pagador de impostos. Esta é a constatação que se pode ter a partir da recente pesquisa encomendada pela Federação Nacional das Empresas Prestadoras de Serviços de Limpeza e Conservação (Febrac) à consultoria especializada Top Marketing Consultores sobre o setor representado pela Federação, entre eles o de Limpeza e Conservação.

O estudo, que demandou três meses de trabalho, levantou dados sobre o número de empresas e de colaboradores distribuídos pelas cinco regiões brasileiras, além da massa salarial, benefícios pagos, volume de impostos recolhidos, entre outros itens - tudo com o objetivo de fornecer aos Sindicatos ligados à Febrac e aos seus afiliados informações atuais capazes de caracterizar o setor, servindo de referência no relacionamento com o Governo, o mercado e os meios de comunicação em geral.

Na lista de setores consultados (ao todo 470 empresas na amostra), podemos citar as Empresas de Asseio e Conservação, Serviços de Limpeza em Geral de Edifícios, Imóveis e Jardins, Limpeza Urbana, Preservação Ambiental, Medições, e os serviços de Hospitalidade terceirizados, que incluem todas as atividades descritas na cartilha de orientação a tomadores de serviços (Porteiros e Vigias, Limpadores de Caixas d'Água, Faxineiros e Serventes, Agentes de Campo, Trabalhadores Braçais, Ascensoristas, Copeiros, Desinsetizadores, Limpadores de Vidro, etc.).
"Embora o sentimento geral sempre fosse de que o setor tem importância, nunca tivemos quantificado esta relevância com base em dados estatísticos", diz Pedro Luiz Paulucci, sócio da Top Marketing.

Vale ressaltar que a pesquisa ainda valeu-se de dados oficiais da RAIS - Relação Anual de Informações Sociais de 2003 (última disponibilizada pelo Ministério do Trabalho), além das informações colhidas com o apoio do NOC - Núcleo de Operações Corporativas da Febrac.
Acompanhe abaixo os números e dados mais expressivos, e que exprimem a força do setor.

Perfil do Mercado
O Mercado Institucional de Limpeza e Multisserviços é um segmento da economia que pode ser considerado bastante novo. Embora os prestadores de serviços e os fornecedores tradicionais atuem há muitos anos, até a década de 70, a maioria das empresas utilizava uma equipe de limpeza própria, nem sempre treinada em técnicas de limpeza ou no uso de equipamentos e produtos profissionais. O aparecimento da terceirização como conceito gerencial e estratégico, nesta época, alavancou o mercado de prestação de serviços e fez florescer um grande número de novas empresas. Ao observar o mercado, é possível perceber que a maioria das empresas prestadoras de serviço no País possui entre 20 e 25 anos.

Este é um dado importante para entender porque o mercado é tão carente de conceitos técnicos, tanto por parte dos prestadores, quanto pelos tomadores de serviço. Como é um segmento jovem, a pesquisa interpreta que muitos conceitos ainda precisam ser difundidos e ensinados. Um ponto que parece ser real é que muitos tomadores de serviços adotam a terceirização como uma decisão financeira, e não estratégica. Além disso, há alguns pequenos prestadores de serviços que utilizam produtos e equipamentos domésticos ou não apropriados para uso profissional.

Outra característica importante do setor diz respeito à grande quantidade de pequenas empresas. No levantamento, o leitor poderá verificar que quase 70% delas (entre 7.300 e 7.500) empregam menos de 20 funcionários. A maioria destes empresários vem da área operacional e não possui formação acadêmica e/ou profissional apropriada para uma gestão eficiente do seu negócio. Dentre as várias carências detectadas, destacam-se: Gestão Empresarial; Planejamento Tributário e Financeiro; Fluxo de Caixa; Gestão de Recursos Humanos, Visão de Negócio e Planejamento Estratégico e Marketing.

Nível de Terceirização
Acredita-se que atualmente cerca de 40 a 50% do mercado de limpeza institucional no setor privado (que representa 40% do mercado total) já esteja terceirizado, especialmente nas grandes empresas, a exemplo das grandes indústrias, bancos, condomínios comerciais, grandes escritórios, supermercados, shopping centers, terminais rodoviários e aeroportos. E esta porcentagem é maior nos grandes centros e nas regiões Sul e Sudeste do País.

Já no setor público, que representa cerca de 60% do mercado de limpeza, o nível de terceirização é bem maior, atingindo de 80 a 90%. Praticamente, a única área ainda disponível no âmbito federal, estadual e municipal (das grandes cidades) é a da educação, como escolas e universidades.

Neste momento, os segmentos consumidores com maior potencial para crescimento da terceirização são: Pequenos e Médios Escritórios, Pequenas Empresas, Hotéis, Hospitais, Instituições de Ensino, Indústrias Alimentícias e Condomínios Residenciais

Outros dados:

  • Total de 1,5 milhão de Trabalhadores
     Obs: Inclui todos os setores representados pela Febrac
  • Total de 11.048 Empresas distribuídas da seguinte forma entre as regiões brasileiras (tabela 2)
  • Faturamento do Setor: R$ 19,5 a 20 bilhões/ano = US$ 8,1 a 8,3 bilhões/ano (tabela 3)
  • Distribuição das Empresas por Número de Trabalhadores (tabela 4)

Com base nesta distribuição, observou-se que cerca de 66 a 68% das empresas (7.300 a 7.500) possuem menos de 20 funcionários e empregam de 3 a 4% dos trabalhadores. Na outra ponta, a pesquisa demonstra uma situação inversa – 4 a 5% das empresas (400 a 500) são responsáveis por mais de 60% dos trabalhadores empregados no setor (900 a 979 mil).

  • Recolhimento de Impostos Federais: R$ 2,27 a R$ 2,35 bilhões/ano
     Obs: Inclui PIS, COFINS, CSLL, IRPJ e CPMF
  • Recolhimento de Impostos Municipais: R$ 710 a R$ 720 milhões/ano
    Obs: Especialmente de ISS - Imposto Sobre Serviços
  • Massa Salarial paga pelo Setor: R$ 7,4 a R$ 7,6 bilhões/ano
     Obs: Inclui Agentes de Limpeza, Encarregados, Supervisores, Administrativos, etc.
  • Recolhimento para o FGTS: R$ 630 a R$ 650 milhões/ano
  • Recolhimento para o INSS: R$ 1,48 a R$ 1,52 bilhão/ano
    Obs: Inclui somente o valor referente às empresas
  • Pagamento de Benefício Alimentação: R$ 1 bilhão a R$ 1,1 bilhão/ano
    Obs: Inclui o fornecimento de cestas de alimentos e vales refeição. Não inclui o vale refeição no Estado de São Paulo, iniciado em outubro/2005

Quanto à forma de entrega deste benefício, a pesquisa mostrou que cerca de 67% das empresas pesquisadas utilizam Cartões de Compras fornecidos pelas redes de supermercados, enquanto que o restante prefere oferecer a cesta de alimentos no valor estipulado pelo Acordo Coletivo da sua região.
l Pagamento de Vale Transporte:
R$ 1,4 bilhão a R$ 1,5 bilhão/ano

A pesquisa revelou que a maioria das empresas do setor (cerca de 82% das entrevistadas) realiza a distribuição dos vales por conta própria, enquanto que uma pequena parte (18%) terceiriza a tarefa. Interessante observar que as Regiões Norte e Nordeste são as que mais terceirizam a administração e distribuição do vale transporte (30% e 22% respectivamente), enquanto que a Região Sudeste é a que menos se vale deste recurso (9%).

  • Consumo de Uniformes: R$ 148 milhões a R$ 163 milhões/ano

Neste item, a Região Sudeste apresenta a maior incidência. O consumo é de R$ 105,2 milhões a 110,2 milhões, sendo R$ 119,67/ano por funcionário. Na seqüência, vem a Região Sul: de R$ 17,5 milhões e
R$ 20 milhões consumidos, sendo R$ 104,17/ano por funcionário.

  • Consumo de Químicos em Geral: R$ 469 milhões a R$ 530 milhões/ano
  • Investimento em Máquinas e Equipamentos: R$ 149 milhões a R$ 168 milhões/ano
  • Consumo de Telefonia Fixa: R$ 118 milhões a R$ 132 milhões/ano
  • Investimentos em Seguros: R$ 69 milhões a R$ 78 milhões/ano
    Obs: Inclui Seguros de Vida, Veículos, Predial, Equipamentos, Responsabilidade Civil, etc.
  • Quantidade de Veículos no Setor: de 28 mil a 32 mil unidades
    Obs: Exclui veículos alugados
  • Comunicação: são de 55 mil a 62 mil computadores com acesso à Internet
  • Opção de Tributação para o Imposto de Renda

A pesquisa demonstrou que a maioria das empresas com mais de 500 funcionários faz opção pelo regime de Lucro Real, independente da região brasileira. Nas empresas menores, a situação varia conforme a região. Resumindo: quanto menor é a empresa, maior é a probabilidade de optar pelo regime de Lucro Presumido, com exceção apenas da Região Centro-Oeste, que prefere o Lucro Real.

Fontes de Consulta:
APRAG, INDOOR Consulting,  FENASCON,  Núcleo de
Operações Corporativas
da Febrac, SINDEEPRES, SINDEPRESTEM, UPS
Benefícios Sociais.
Obs: Todos os números referem-se
aos setores representados pela Febrac e foram baseados no primeiro semestre de 2005
• Taxa utilizada para o Dólar Americano - US$ 1 = R$ 2,40

 

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