Capa Edição 40

Desde a inauguração da primeira unidade brasileira, em 1966, os shopping centers vêm assumindo um importante papel na sociedade. Um local em que, além de fazer compras, é possível ter momentos de lazer e diversão, com o conforto e a segurança que as lojas de rua há tempos não proporcionam mais.

Assim, a cada dia esses grandes centros de consumo ganham maior espaço e adeptos, aquecendo os números dessa específica indústria. Segundo dados da Associação Brasileira dos Lojistas de Shoppings (Alshop), está prevista para 2006 a inauguração de 14 a 18 novos empreendimentos, além de algumas obras de modernização estarem em andamento. Em outros dados, a Associação ainda prevê a criação de 21 mil novos postos de trabalho e um faturamento de R$ 59,3 bilhões em receitas.

Inseridos nestes números estão as empresas e os colaboradores que respondem pela limpeza e conservação desses ambientes. Afinal, para manter o padrão exigido pelos clientes, alguns desafios têm de ser enfrentados pelos gestores desse lucrativo negócio - e a qualidade de serviços, neste caso, se torna primordial para uma satisfação positiva.

Além disso, em busca de eficiência e qualidade, cada vez mais a terceirização ganha espaço nesse setor, uma vez que ela oferece a especialização exigida pelo cliente contratante. Periodicamente, a Deico Desenvolvimento Imobiliário, por exemplo, mede o grau de satisfação junto aos usuários dos shoppings por meio de vistorias, checagens e do chamado SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor), em que a opinião do público do estabelecimento é registrada, avaliada e colocada em prática.

No momento da escolha da empresa que ficará responsável pela limpeza – e porque não da imagem do shopping junto a seus clientes – alguns itens são priorizados, como a capacitação dos profissionais, a experiência em empreendimentos similares, a idoneidade e a estrutura de pessoal para atendimento imediato de imprevistos, qualidade de serviços e preço.

"As referências sobre o nível, a capacidade e a idoneidade da empresa terceirizada são um fator importante na hora da contratação, pois evita sérios problemas, tanto operacionais quanto jurídicos ao shopping", afirma Carlos Takada, diretor do Departamento de Engenharia e Operações da Deico, gerenciadora de centros como o Shopping ABC (Santo André/SP), Shopping RioMar (Aracaju/SE), Shopping Butantã (São Paulo/SP), Shopping Tamboré (Barueri/SP), Amazonas Shopping (Manaus/AM), entre outros pelo Brasil.

Nos shoppings, a limpeza é assim...
Mas como deve ser feita a limpeza nesses empreendimentos? Quais são os melhores procedimentos operacionais a serem adotados?
Um exemplo dessa preocupação é o fato de serviços mais intensos e demorados serem executados no período da noite, ficando o dia reservado somente para a conservação dessas áreas. Além disso, os serviços de limpeza são especificados conforme a necessidade de cada espaço. "A Deico, com a sua experiência, define diretrizes para a limpeza e conservação de cada empreendimento de acordo com as especificações dos materiais de acabamentos, a partir do volume e tipo de sujidade, freqüência dos processos", diz Mariliza de Souza, coordenadora de Marketing.

Agora, se por ventura o procedimento adotado não permitir os resultados esperados, a empresa tem a liberdade de mudá-los. "Perseguimos incessantemente a excelência em nossos serviços prestados. Assim, a estrutura de pessoal e os procedimentos operacionais de limpeza são flexíveis para se adaptarem e se aperfeiçoarem de acordo com as novas necessidades decorrentes da alteração de freqüência ou de alguma exigência específica dos consumidores ou do empreendimento", afirma Mariliza.

No mais, a regra é priorizar certas áreas dentro do empreendimento, como corredores públicos (Mall), sanitários, praças de alimentação, elevadores, escadas rolantes e estacionamento. Ou seja: áreas de grande circulação que devem fazer parte da rotina diária de tratamento de limpeza e manutenção ininterrupta durante o funcionamento do shopping center.

Para melhor ilustrar a rotina de trabalho, acompanhe a seguir alguns procedimentos adotados pela Deico no dia-a-dia do Shopping ABC.

Áreas e gastos
Localizado em Santo André, no ABC Paulista, o Shopping ABC tem sua limpeza a cargo de uma importante empresa de terceirização. Para os quase 47 mil metros quadrados, são 76 colaboradores, sendo 51 deles limpadores no período diurno, seis no período noturno, dois a cargo dos vidros, um operador de máquina, 12 folguistas e dois líderes folguistas, ambos trabalhando em período diurno, além de um supervisor e um encarregado pelos serviços.
A empresa é responsável pela limpeza do Mall, sanitários, estacionamentos, docas, administração, áreas técnicas e área externa.

Quando muitos ainda insistem em investir somente nas entradas principais como maneira de impressionar o cliente, outros se baseiam nas diversas teorias de que sendo o estacionamento o primeiro local a ser visitado pelo cliente, o mesmo merece especial atenção. Além de outras tantas melhorias feitas, a ventilação e principalmente a limpeza desses espaços têm destaque no trabalho executado. No Shopping ABC, paredes e pisos são mantidos limpos por meio de autolavadoras. Os elevadores, que geralmente levam os clientes da área do estacionamento até as lojas, constantemente têm seus tapetes limpos por aspiradores de pó.

Já as áreas consideradas críticas devido a grande circulação de pessoas são limpas com maior freqüência e cuidado, além da utilização de equipamentos e produtos especiais para otimizar o resultado. O Mall, por exemplo, de 15.800 metros quadrados revestidos de granito e porcelanato, tem sua limpeza efetuada com autolavadora e detergente neutro, cujo consumo mensal gira em torno de 30 galões de cinco litros, enquanto cinco litros de limpa-vidros com álcool têm a tarefa de deixar o vidro livre da poeira e da poluição.

É uma forma de impressionar o público e valorizar o empreendimento, que pela limpeza diz por si só a imagem do que representa: um negócio de confiabilidade que preza pelos mínimos detalhes.

Agora aproveite ainda para saber um pouco sobre outro ponto crucial na limpeza de shopping centers. Grandes produtores de resíduos, estes empreendimentos podem ser o exemplo que faltava para a comunidade em geral na hora de praticar sustentabilidade e responsabilidade social. O artigo é de Luiz Antônio Borges Germano da Silva, especialista em Gestão Ambiental.