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Edição 47 - Artigo

Marco Antônio


Visão de Mercado

Enquanto escrevo esse artigo, penso nas diversas pessoas que tentam construir uma vida melhor, mais feliz e diferente da que sempre viveram no passado. Elas querem um novo filme para suas vidas com cenas tão próximas dos seus melhores sonhos, quanto possível. Buscam, enfim, um novo "play" em vez do velho e triste "replay" do passado que as impedem de serem mais felizes e realizadas. No entanto, poucos alcançam o que tanto sonham. Por que nem todas as pessoas conseguem transformar suas vidas? O que fazer para mudar o roteiro da sua vida?

 Na natureza, tudo está em contínuo processo de transformação e evolução. Da larva que se transforma em borboleta até um vulcão que entra em erupção, do surgimento de uma duna até a passagem de um cometa, do vinho envelhecido num barril até a pérola que se forma no fundo do mar. Tudo carrega em si um potencial de transformação, inclusive nós, seres humanos. Alguns não aproveitam, porque estão sempre trabalhando para se manterem numa zona de conforto, gastando energia para se prenderem onde estão, ao invés de aproveitar esta transformação e se projetarem para algo mais positivo.

Buscamos, inconscientemente, minimizar os riscos e ameaças externas. Sabemos que o medo e a insegurança, provenientes do processo de mudança, perturbam nosso equilíbrio mental e emocional. Zona de conforto é algo como fazer uma viagem e levar sua casa dentro da mala ou, ainda, nem fazê-la para não correr nenhum risco. Desde o momento em que acordamos até quando retornamos para a cama, estamos, invariavelmente, velejando pela mesma rota, pelo mesmo oceano, seguindo os mesmos ventos. Quando percebemos que a natureza está nos conduzindo para algum caminho diferente, usamos toda energia para nos mantermos na velha e conhecida "rota segura". Afinal, por que arriscar?

Muitas vezes, nós desejamos conhecer outros caminhos e desembocar em novos mares e continentes, mas temos medo de mudar a direção do nosso barco. Sentimos uma força incrível, uma forte correnteza nos segurando, mas poucas vezes nos damos conta de que somos nós mesmos que estamos nos limitando. Quando o fazemos, impelidos por algum repentino desejo de mudança, especialmente, no início de cada ano, conseguimos navegar até onde nossa coragem e disposição seja maior do que ameaçadoras ondas gigantes dos problemas e correntezas turbulentas dos velhos hábitos. Costumo dizer que o ano novo dura, no máximo, uma semana, porque a vontade perde sua força, as promessas caem no esquecimento e o ano passa a ser tão familiar ou repetitivo quanto o anterior.

Por outro lado, vemos bravos navegadores que não pensam duas vezes quando querem alcançar alguma ilha dos sonhos. Conseguem vencer todas as resistências, porque são mais gigantescos do que os grandes desafios que enfrentam. Estão acostumados a controlar o medo natural e singrar mares revoltos até atingir a ilha ou continente desejado. Mas, o que eles têm que não temos? Eles têm uma vontade indomável de superar todas as dificuldades e vencer. Aliás, antes de tudo, eles têm objetivos. E você, quais são os seus objetivos? Vai ficar aí, navegando eternamente na mesma direção ou, ainda pior, sem direção alguma?

Acredite em mim. Você não conseguirá mudar, enquanto, realmente, não acreditar que pode e deve fazê-lo. Em primeiro lugar, você deve ter uma ilha (objetivo de vida) e uma carta de navegação (plano) para alcançá-la. Em segundo lugar, você deve levar sua mente para esse sonho de ilha e ter uma fé inabalável de que vai conseguir. Não se surpreenda se descobrir que o resto do corpo é muito mais leve de ser conduzido. Em terceiro lugar, tem que ter autoconfiança e persistência para continuar navegando, não importa o que aconteça. Pouco importa se seu barco é pequeno, antigo ou limitado. O Titanic era um gigante dos mares, mas não chegou. Por outro lado, vejo velhas jangadas navegando, há séculos, nos mares nordestinos. Por último, você deve trabalhar - claro. Tem que levantar as velas, ligar o motor, pegar o remo ou remar com os braços e pernas. Seja criativo e faça milagres com os recursos que tiver em mãos.

O mais importante quando conseguir chegar à ilha é não ceder aos velhos hábitos e retornar ao passado. Se essa ilha não for tão boa quanto a que você sonhava, continue navegando... Quer saber o que faço quando tomo uma decisão na vida? Prossigo até o final sem olhar para trás. Ilumino o novo horizonte com a luz da minha fé em Deus e no meu poder de realização, e deixo a escuridão do medo para trás. Faço algo inusitado que aprendi com grandes generais e exploradores da história: queimo o barco! Sim, isso mesmo.

Os generais sabiam que seus soldados, sem os barcos, dariam suas vidas pela conquista das novas terras descobertas, justamente porque aquela era sua única chance de continuar vivendo. Se você deixar o barco dos velhos hábitos ancorado, terá sempre a opção de desistir e voltar atrás. Se você quiser continuar sua viagem, não tem problema. Construa um novo, com o material que a nova ilha tem para oferecer e tente uma vez mais.

Portanto, pegue logo o barco que você tem no momento, defina uma ilha diferente e melhor a ser conquistada, e navegue até ela. Depois, queime-o e, se assim o desejar, construa um barco melhor e mais forte para prosseguir. Nenhuma correnteza, vento, onda ou maremoto será maior do que sua vontade e fé inabalável de chegar aonde você quer. Você tem todo o material de que precisa dentro de sua mente. O poder positivo é a bússola mais poderosa que já construíram. Mas, seja persistente! Lembre-se de que Colombo ficou famoso ao navegar, justamente, na direção oposta e encontrar um novo caminho para as Índias Orientais. A história jamais irá lembrar dos navegadores que tiveram medo de fazê-lo ou daqueles que o criticaram. Vamos! Não tenha medo, aponte logo a proa do seu barco na direção de sua ilha e faça sua história. Depois ponha sua história numa garrafinha e a jogue no mar, como estou fazendo agora na esperança de que alguém a leia.
Conquiste sua ilha!!!

Marcos Antonio de Sousa,
graduado em Engenharia Eletrônica e MBA em Administração de Marketing pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Especialista em vários cursos nacionais e internacionais de vendas para o mercado de segurança. Atua como consultor de Marketing, Vendas e Estratégia Empresarial. Consultor da Associação Brasileira de Empresa de Sistemas Eletrônicos de Segurança - ABESE. Consultor da Associação das Empresas de Segurança Eletrônica de Pernambuco - AESE-PE. Tem artigos publicados nas revistas Proteger, SegNews, INFRA, Venda Mais, Jornal da Segurança, Segurança & Cia e SESVESP -
marcos@consultesousa.com

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