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Edição 36 - Teoria e Prática

Químicos concentrados

Você conhece os benefícios dos produtos químicos concentrados? Como se deve proceder para a sua correta utilização ou quanto à capacidade de serem mais econômicos que os já prontos para o uso?
Responder a estas e outras questões significa obter uma vantagem a mais quando o objetivo é higienizar com eficiência ao mesmo tempo em que se reduz custos e demais fatores agregados ao serviço de limpar. Isso porque, é uma solução que incorpora inúmeros e positivos diferenciais.
 Entretanto, para serem utilizados de forma prática, econômica e eficaz, eles precisam ser diluídos em água, de acordo com o uso desejado e o grau de concentração na sua forma original.
 Principalmente pela cultura do pronto uso, pela necessidade de atenção às taxas de diluição ou até mesmo pela desinformação, essa “ferramenta” ainda não é utilizada pela maioria dos profissionais. “Hoje no mercado brasileiro o uso do concentrado não chega a 30% do total de empresas”, explica o diretor Comercial da Assembra, José Eduardo Guarinello Hubaix.
 
Por que vale a pena mudar este cenário?

A diminuição do consumo de recursos com embalagens, frete e armazenagem é um dos motivos. A utilização de uma quantidade menor de recipientes por litro de produto acaba acarretando também a redução do material utilizado e conseqüentemente menos descarte.
Medindo a quantidade de solução de uso gerada por um produto concentrado e dividindo pelo peso da sua respectiva embalagem, tem-se um consumo de material entre 100 a 500 vezes menor, dependendo, é claro, das diferenças de concentrações dos produtos.
“Os concentrados trazem enormes vantagens para os seus usuários que vão desde uma redução de custos de insumos de 40% a 50% até uma redução de custos de logística na faixa de 30%”, analisa o diretor Comercial da Audax Química, Wanderley Morelli Júnior. Além disso, hoje em dia os custos com embalagem são os mais significativos, “sendo esta mais cara do que o próprio produto. Muitas vezes ela chega a mais de 50% do valor que o cliente está pagando”, lembra José Eduardo.
 Com a diminuição da quantidade de embalagens, outro ponto forte fica garantido. Ou seja, é necessário um menor espaço de armazenamento, liberando mais áreas das edificações dos clientes para uso de sua atividade-fim. “As empresas disponibilizam a cada dia um espaço cada vez menor no almoxarifado, principalmente com produtos químicos que requerem, de certa forma, um armazenamento mais cuidadoso. Em se tratando de concentrados, podemos otimizar essa questão, pois se consegue reduzir os volumes e assim ampliar os espaços”, esclarece Paulo Eduardo, responsável pelos treinamentos na Adhetech Química.
 Para Adriano Lowenstein, diretor de Marketing da Johnson Diversey, existe ainda a questão do meio ambiente, que ganha muito com uma geração menor de lixo e consumo de recursos naturais. Uma questão que é complementada com um dos recursos mais caros e necessários ao homem contemporâneo: o petróleo. “Como se sabe, o plástico utiliza o petróleo como matéria-prima, sem contar o custo de diesel utilizado no transporte”, completa o gerente geral da Hydro Systems – Dover do Brasil, Edvaldo Almeida.
 Aliás, neste último caso os diferenciais aparecem nos números: segundo a gerente de Marketing da Ecolab Química, Marília Meneghisse, tomando-se por base um produto com diluição de 1:250, o transporte de uma embalagem de 10 litros de produto concentrado se comparado com 250 embalagens de 10 litros do produto pronto-uso pode gerar uma economia em torno de R$ 500 no total de transporte”.

Procedimentos para um bom resultado

 A correta diluição garante melhores resultados, ou seja, cada usuário deve adaptar as referências de indicação de uso às suas necessidades. “Vamos imaginar uma lavagem de louça. Você acha que um mesmo produto, independente de qual seja o ativo, irá funcionar com a mesma eficiência em uma churrascaria e em um restaurante de comidas naturais? Provavelmente não”, afirma José Eduardo.
Dessa forma, inicialmente o usuário deve seguir a especificação do fabricante, devendo também testar o produto mais e menos diluído para garantir um resultado satisfatório. É fundamental sempre utilizar água limpa para a diluição e não armazenar o produto já pronto, devendo prepará-lo no momento de ser aplicado.
Utilizar instrumentos e métodos corretos para a diluição é outra dica importante. “Freqüentemente observamos alguns empresários, na ansiedade de economizar, orientando os seus funcionários a diluir além do indicado. Neste caso, o prejuízo passa a ser operacional, já que o resultado final é prejudicado pela baixa concentração de solução”, conta o responsável pelos treinamentos na Adhetech Química.
“Produtos concentrados têm alto valor agregado. Isso implica dizer que qualquer desperdício representa aumento de custo em uso. Portanto, é imprescindível a utilização de sistemas de dosagem com alta precisão, confiabilidade e conhecimento profundo dos critérios de diluição para cada situação de limpeza específica”, completa Adriano Lowenstein.
 Um segundo ponto é agregar isso às especificações do ativo, já que será ele também o grande responsável pelos resultados. “O mercado não fala em ativo. Quando você está comprando um produto é muito mais freqüente a pessoa verificar qual a maneira correta de diluição do que procurar saber qual é o princípio ativo que ele possui. Os próprios órgãos responsáveis definem o termo de uma forma muito vaga e insuficiente, ressalta Hubaix, da Essembra”.

Qualificação para o aprimoramento e eficiência

 Profissionais capacitados são peças-chave em qualquer procedimento de limpeza e higienização. Neste caso, eles devem estar sempre atualizados sobre o assunto, principalmente no que se refere aos procedimentos de diluição, já que a partir de ativos distintos teremos concentrações e procedimentos diferentes.
Além disso, para a aplicação de qualquer tipo de produto é necessário a correta utilização de EPIs (Equipamentos de Proteção Individuais) – de fundamental importância para a segurança dos profissionais envolvidos.
“A correta orientação técnica, os profissionais capacitados e os programas de treinamento podem habilitar todos os envolvidos nos processos de higienização de forma que os riscos sejam assim minimizados. Deve-se seguir as instruções de uso e obedecer às regras e à legislação sanitária, que cuida para manter o consumidor final informado sobre os procedimentos padrões”, explica o diretor Comercial da Royal Quality, José Roberto Nascimento.
 Caso não haja uma orientação correta, Marília Meneghisse alerta sobre alguns riscos envolvidos, como o manuseio incorreto do produto concentrado, diluições diferentes das especificadas – que comprometem a eficiência do produto – ou, eventualmente, dependendo do tipo do produto, o uso exagerado, que além de causar prejuízos financeiros também é responsável por danos a superfícies ou tecidos.
Segundo o diretor Comercial da Signa Industrial, Mauro de Oliveira, o preço é a principal preocupação do usuário, não existindo a necessidade de saber se o procedimento para a sua utilização terá um alto custo. “Na grande maioria dos casos, o comprador destes produtos tem a nítida noção de custo/benefício, mas falta um canal de comunicação eficaz quanto ao passo a passo com o usuário, acabando por adquirir produtos somente com a visão de preço baixo e não de custo baixo que é o ideal para qualquer organização”.
“Como os insumos químicos dentro de uma operação de limpeza representam geralmente cerca de 3 a 4% dos custos totais de operação, supondo que este valor seja dobrado por uma questão de dosagem incorreta, este valor pulará para 6 a 8%, onerando os contratos, comprometendo a eficiência da limpeza, demandando assim maior ação mecânica, tempo, ou ainda gerando re-trabalho”, explica Marília.

Resultados garantidos
 
 Para o diretor da Audax Química, Wanderley Morelli, a melhor opção para o mercado não é necessariamente a empresa oferecer um produto mais barato, mais concentrado ou mais conhecido. A empresa deve, sim, conseguir sincronizar todas as variáveis, tais como preço, padrão de qualidade, assistência técnica e variação nas embalagens associadas a equipamentos de diluição.
 “Nossa empresa valorizou tanto a idéia dos concentrados, que lançou também os HCs (hiper-concentrados), que contam com um teor de ativos excessivamente elevados para ainda uma maior economia”, analisa Paulo Eduardo Leite, da Adhetech Química.
 Já o gerente geral da Dover do Brasil – Divisão Hydro Systems, acredita que alguns aspectos devem ser melhorados no mercado de higiene e limpeza, apesar de muito já ter sido feito. “Acreditamos que o mercado de limpeza institucional vem se profissionalizando no Brasil e em toda a América Latina. Entretanto, estamos muito longe de atingir um nível de excelência em função da própria questão de custos. Embora as empresas fabricantes de produtos químicos estejam trabalhando fortemente neste sentido, há alguns anos ocorreu uma certa ‘canibalização’ deste mercado com a entrada de muitas empresas com foco somente em preços”, finaliza ele.
 A ordem então é comparar; só assim será possível decidir se esses são ou não os pontos positivos almejados para a sua empresa!

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