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Edição 48 - Visão de Mercado

Severiano


Clubes Sociais e Desportivos

Freqüentemente nos deparamos com a informação de que, sob o abrangente portfólio de atividades da área de Facilities Management (FM), um novo contrato de serviços terceirizados foi celebrado por este ou aquele prestador, junto ao mercado. Dentre estes, um dos que mais se destacam, creio, é o segmento de serviços de conservação, higiene e limpeza de ambientes. Percebe-se, por este contínuo crescimento de novos contratos (embora exista, também, uma boa quantidade de rescisões, tendendo ao insourcing), que as empresas especializadas continuam focadas nos segmentos já desenvolvidos e conhecidos, apesar da acirrada competitividade. São raras as inovações e, quando acontecem, não promovem um novo despertar no prestador.

Ao encontro desta constatação podemos citar um segmento ainda pouco explorado, porém, com grande potencial. Trata-se do segmento clubístico brasileiro, que conta com mais de 5.000 clubes, com um total aproximado de 55 milhões de associados. Somente no Estado de São Paulo esta quantidade ultrapassa aos 2.000 clubes registrados. Estes dados mostram uma incrível capacidade de absorção de novos contratos.
Embora o segmento, no qual os clubes estão inseridos, seja percebido pelo mercado como atípico, a essência de sua atuação também é o de uma organização complexa, que possui clientes internos extremamente exigentes nos quesitos higiene, conservação e limpeza e que, a exemplo do que acontece nos demais empreendimentos, estas atividades também lhe são considerados non core business.

Considerar este nicho de contratos em suas futuras metas de ampliação não significa, contudo, para o prestador interessado, que lhe basta bater à porta do clube ou associação para ser efusivamente recebido e contratado. Como eu disse, os clubes são organizações complexas, dotados de cultura singular (quase sempre de difícil entendimento e absorção), com políticas de relacionamento muito bem definidas e com ações de conservadorismo (muitas vezes) fortemente arraigado a modelos de gestões ainda pouco profissionalizadas.

Se, de fato, entendermos que a limpeza é o cartão de visitas de qualquer ambiente, num clube este quesito é de fundamental importância, pois consolida a imagem do empreendimento e proporciona grande sensação de bem-estar aos usuários, associados e visitantes. Desta maneira, está intimamente relacionado com a confiança, credibilidade e freqüência do associado que busca, neste espaço, sua re-energização pessoal, redução da carga de estresse acumulada, o lazer familiar, entretenimento, práticas esportivas, sociais e culturais, cujo resultado, excetuando-se os atletas profissionais, tem como proposta a melhoria da qualidade de vida. Adicione-se a estes tópicos a própria saúde do associado e seu bem-estar em momentos de descontração durante um encontro de amigos no clube. Por este perfil, sua exigência transcende à expectativa da excelência dos serviços prestados.

Normalmente os clubes se utilizam de equipes próprias e, invariavelmente, possuidoras de forte relação dia-a-dia com a diretoria e seus associados (fortalecida e diretamente proporcional ao tempo de casa), normalmente longo.

Estas características não são barreiras intransponíveis, porém necessitam de trabalho árduo de sensibilização, transparência na apresentação das estimativas com a redução das despesas diretas (dos recursos humanos e materiais) e economias marginais, estas nem sempre tangíveis. Adicionalmente, a apresentação de uma proposta precisa deixar claro o ganho estratégico na decisão que irá permitir à diretoria e sua equipe tático-operacional passarem a focar somente o seu "core", ou seja: otimizar as operações na ação de simplesmente cuidar de seu associado. A chance de sucesso na aceitação de uma terceirização deve considerar o esclarecimento, simples e contundente, de que o processo não pode transformar-se numa "commodity", em que o contratante poderá interessar-se, apenas, pelo menor preço do mercado.
Dentre a infinidade de serviços praticados em um clube e, adicionalmente aos serviços de conservação, higiene e limpeza, existem outros de grande importância, também terceirizáveis: tratamento de piscinas, zeladoria de quadras poli-esportivas, espaços diversos e de lazer, controle de pragas, paisagismo, segurança patrimonial e de acesso além, é claro, da própria manutenção predial.

A celebração do contrato comercial de prestação de serviços com um clube, a exemplo daquele estabelecido com qualquer outro empreendimento, deve ser formulado tomando por base todas as funções, obrigações, necessidades, prazos determinados e responsabilidades inerentes ao prestador, e aquelas declaradas, também, ao tomador. Complementarmente, todo contrato deve ser regado à empatia e confiança mútuos, contemplando o verdadeiro conceito de Parceria. Quando isto acontece, qualidade e preço vêm na seqüência. Todo novo contrato deve ser considerado como um novo projeto entre as partes, pois assim o tomador não cometeria o erro de, simplesmente, entendê-lo como alocação de mão-de-obra.

Por último, recomendo profunda e detalhada observação, quando de sua próxima visita ao seu clube. Afinal, creio, somos um daqueles milhões de usuários. Pense nisto e bons negócios!

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